James Watt nasceu em Greenock, Escócia, no dia 19 de janeiro de 1739. Faleceu em sua ropriedade Heathfield Hall, Inglaterra, no dia 25 de Agosto de 1819 aos 80 anos. James era o sexto de oito irmãos, dos quais cinco morreram na infância.
James Watt era um menino inseguro, tímido e sofria de fortes dores de cabeça que continuou até a sua vida adulta. Gostava de passar seu tempo livre na oficina de seu pai, um construtor de casas e barcos. Devido a sua saúde frágil, frequentou a escola irregularmente e, passou a estudar em casa com a sua mãe. Mesmo não estando presente nas aulas frequentemente, foi na escola que Watt estudou grego, latim e matemática.
Quando Watt tinha 16 anos partiu para Glasgow, Escócia, em busca de trabalho e, aos 19 anos de idade, Watt resolveu viajar para Londres onde seria aprendiz de mecânico especializado em construção de instrumentos. Não demorou muito, teve que retornar a Escócia por problemas de saúde. Ao retornar para a Escócia resolveu investir em sua própria loja de instrumentos, mas teve grande dificuldade por não ter certificado e, também pelo ambiente conservador e tradicionalista da comunidade Escocesa da metade do século XVIII.
Uma associação local de artesãos, chegou a proibir que Watt continuasse suas atividades. Só no ano de 1756 que Watt foi chamado para construir e reparar instrumentos matemáticos de medida na Universidade de Glasgow. A universidade o empregou como fabricante de instrumentos matemáticos, fornecendo moradia e uma oficina para que Watt desempenhasse seu trabalho. O primeiro trabalho considerado muito importante foi desmontar e restaurar a coleção de instrumentos astronômicos do falecido Alexander Macfarlane, que chegou da Jamaica e posteriormente foi instalado no observatório da Universidade.
Em 1759, Watt deu início aos seus negócios em parceria com John Craig fabricando microscópios e outros instrumentos ópticos em uma oficina em Glasgow, precisamente na rua Saltmarket e, mais tarde em Trongate. Em 1763, Watt teve a oportunidade de consertar um motor a vapor, modelo Newcomen, o mais moderno da época. Ele percebeu que deveria aumentar a temperatura do vapor para resolver o problema da máquina.
Watt casou-se com sua prima Margarett Miller em 1764 com quem teve quatro filhos. Com o pai na pobreza, Watt precisava cuidar da família. Então ele conseguiu um emprego como engenheiro civil onde trabalhou durante quatro anos em dois projetos: no alargamento do rio Clyde e na construção dos canais Forth, Clyde e Caledonian. No ano seguinte, Watt criou um condensador onde a temperatura do vapor deveria ser baixa e a do cilindro permanecer elevada. O vapor deveria resfriar bruscamente durante a expansão. Esse condensador melhoraria a eficiência e permitiria uma enorme economia de combustível.
Ele passou seus anos seguintes dividido entre desenvolver sua invenção e trabalhar como engenheiro civil. Ele propôs que sua máquina a vapor fosse usada na drenagem de minas alagadas substituindo o trabalho feito por cavalos e determinou a força de sua máquina a vapor pelo número de cavalos que fora substituído criando a unidade HP (Horse power). A primeira patente foi registrada em 1769. Watt precisava de patrocínio para a construção de sua máquina em grande escala. Foi então que conheceu John Roebuck, fundador da Carron Iron Works. Após esse encontro, Watt conseguiu o capital necessário. John e Watt viriam a se tornar sócios no futuro.
Uma das maiores dificuldades para os sócios John e Watt eram as máquinas cilíndricas e os pistões cilíndricos. Muito dinheiro foi gasto na tentativa de adquirir patentes para tais máquinas. Após oito anos de investimentos sem retorno, John Roebuck declara falência. Um comerciante e fabricante de vestimentas muito rico da cidade de Birmingham, chamado Matthew Boulton, comprou as patentes legais de John e, assumiu sua posição nos negócios.
Em 1774, Watt mudou-se para Birmingham com a finalidade de formar parceira com Matthew Boulton em sua Fundição Soho. A partir desse momento, Watt e Boulton formaram uma grande parceria que duraria vinte e cinco longos anos. Com essa parceria, Watt finalmente teve acesso ao melhor ferro do mundo para solucionar suas dificuldades na confecção de largos cilindros e pistões firmes. Dois anos depois, James Watt viajou para o Reino Unido. Nos cinco anos seguintes, manteve-se ocupado com melhorias, construção e instalação de máquinas. Criou a engrenagem central de sistema planetário que permitiu a máquina desenvolver o movimento rotativo. Desenvolveu também um sistema de hastes conectadas a um pistão motriz em um cilindro instalado verticalmente. Em 1777, Watt casou-se mais uma vez, agora com Ann McGregor, com quem teve dois filhos.
No ano de 1783, escreveu um artigo para a Royal Society (instituição destinada à promoção do conhecimento científico), sugerindo que a água seria uma combinação de dois gases (essa teoria seria confirmada mais tarde por Lavoisier). Watt também descobriu métodos de expansão do vapor. Em agosto de 1984, James Watt escreveu uma carta para Boulton. Em um dos trechos ele fala de sua ajuda a outras pessoas. “Tenho dado descrições de motores para vagões com rodas tanto quanto pude, no tempo e espaço permitir, mas isso é muito incorreto e, serve apenas para manter outras pessoas com patentes semelhantes”. Pensando em garantir os créditos de suas invenções, Watt arquivou suas patentes. No ano seguinte, Watt e Boulton tornam-se membros da Royal Society.
O ano de 1790 foi muito importante para Watt. Logo após os aperfeiçoamentos, sua máquina começou a ser rapidamente utilizada para bombear água de minas, na tecelagem e fabricação do papel. Em 1800, a primeira patente de Watt expirou, mas ele na condição de homem muito rico, aposentou-se, deixando para seus filhos a direção dos negócios e, em 1814, Watt tornou-se membro estrangeiro da Académie des Sciences (Academia de Ciência francesa). Ele também entrou para a Sociedade Real de Edimburgo (Royal Society of Edinburgh) e para a Sociedade Real de Londres (Royal Society of London).
Suas máquinas a vapor atingiram uma produção de 1164 unidades em 1824, com uma potência de 2600hp. Seus últimos anos foram completamente voltados para à pesquisa, recluso na sua propriedade Heathfield Hall em Staffordshire, Inglaterra, onde morreu no ano de 1819. As suas habilidades e conhecimentos que possibilitaram a criação dos seus inventos foram fundamentais para a Revolução Industrial e para a sociedade.
James Watt foi homenageado tendo o seu nome colocado na unidade de potência de energia watt.
Bibliográfica
RUSSELL, B. James Watt: Making the World Anew. Londres: Reaktion Books,15 de novembro de 2014.
MILLER, D. PHILIP, The Life and Legend of James Watt: Collaboration, Natural Philosophy, and the Improvement of the Steam Engine. Edição ilustrada. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 7 maio 2019.