Exército troiano repelindo os gregos. Giovanni Battista Scultori. (Domínio Público)
Em algum momento, você já deve ter lido ou ouvido falar do Cavalo de Madeira de Troia, da cidade de Troia, da Guerra de Troia e de Helena, a mulher mais bela do mundo.
O mito de Troia é uma das maiores histórias já contadas de todos os tempos. Mas ainda há muito mais no antigo mito de Troia.
Há mais de 3.000 anos, a história de Troia e de sua guerra é contada e difundida por contadores de histórias viajantes, pelas palavras do poeta grego Homero, já no século VIII a VII a.C., e por meio de imagens artísticas de antigos gregos e romanos. A história fascinou o público no passado e ainda hoje fascina por ser uma história que tem de tudo – amor e perda, coragem e paixão, violência e vingança, triunfo e tragédia – em escala épica.
A lenda acontece no passado mítico da Grécia. No centro do conto está a imponente cidade de Troia, localizada na costa oeste da Anatólia (atual Turquia), mencionada pelos gregos que navegaram pelo Mar Egeu para se vingar de uma grave afronta – o rapto de uma mulher. A história dessa guerra mundial apresenta personagens lendários e envolve até os deuses.
Mas está longe de ser uma lenda simples. Seus heróis são complexos, com força heroica, mas com a fraqueza humana, e no final, não fica claro quem vence, ou se alguém realmente vence.
A Guerra de Troia foi um conflito lendário entre os gregos e troianos, travada na região da Anatólia (conhecida também como Ásia Menor), em algum momento do final da Idade do Bronze (por volta de 1200 a.C.). Essa história pode ter realmente ocorrido, mesmo que sua representação na Ilíada de Homero seja certamente mais mito que realidade.
Esse conflito moldou a forma como a cultura grega antiga era vista até o século XXI. Os contos sobre deuses e heróis são possivelmente uma das mais ricas fontes sobreviventes da antiguidade. Eles nos apresentam narrativas sobre guerra, costumes, religião e comportamentos dos antigos gregos.
O julgamento de Páris e o início da guerra
O mito começa com o casamento da deusa do mar Tétis com um homem mortal, onde todos os deuses e deusas são convidados, exceto Éris, a deusa grega da discórdia. Por vingança, ela arremessou uma maça dourada na festa de casamento, com a inscrição “à mais bela”. Entre as deusas, três a reivindicaram para si, e Zeus teria que decidir, mas ele passou a responsabilidade para o príncipe troiano Páris, escolhendo-o como juiz. A vencedora da competição foi Afrodite, a deusa do amor, pois havia prometido a Páris a posse da mulher mais bela da Terra, Helena. Mas havia um problema. Helena era esposa do rei de Esparta chamado Menelau.
O julgamento de Páris. Gravura de Raffaello Sanzio. (Domínio Público)
Praticamente tudo que sabemos sobre a Guerra de Troia vem da Ilíada de Homero – escrita em algum momento do século VIII a.C. – onde ele descreve os acontecimentos do último ano do conflito de dez anos.
Para os gregos, a guerra teria ocorrido em algum momento do século XIII a.C. No entanto, estudos revelaram que a Guerra de Troia vem de uma longa tradição oral anterior à obra de Homero.
Na tradição grega, o início da Guerra de Troia foi uma maneira de Zeus reduzir a população – que se tornava cada vez maior – de maneira prática, com uma expedição para resgatar Helena, a esposa de Menelau, rei de Esparta e irmão de Agamenon.
Como de praxe, o príncipe de Troia foi a Esparta para uma visita de Estado. No entanto, quando a comitiva troiana partiu, Páris havia levado consigo Helena, a rainha de Esparta, esposa de Menelau.
O exército grego
Tentando restaurar sua honra, o rei Menelau – o marido enganado – reuniu um enorme exército composto por heróis gregos. A coalizão organizada pelos gregos (chamada por Homero de arcaianas) foi liderada pelo rei Agamenon de Micenas. Entre as regiões e cidades integrantes estavam: Phocia, Eubéia, Atenas, Boiotia, Argos, Arcádia, Esparta, Corinto, Creta, Rodes, Cefalônia, Magnésia e as Cíclades. Segundo Homero, as forças militares tinham “dezenas de milhares” de homens.
Entre os gregos, havia heróis e líderes que eram os maiores guerreiros e demonstravam coragem no campo de batalha. Alguns deles tinham pai e mãe divinos, enquanto outros, apenas o pai, era mortal, criando uma conexão genealógica entre deuses e humanos comuns. Entre os mais importantes estavam Aquiles, Ajax, Diomedes, Odisseu (também chamado de Ulisses), Pátroclo, Menestheus, Antilokus e Idomenus.
Segundo os relatos de Homero, os gregos tiveram a ajuda direta e indiretamente dos deuses do Olimpo: Poseidon; Atena; Hefesto; Hera; Hermes; e Tétis. Esses deuses tinham seus favoritos entre os guerreiros que lutavam em Troia e constantemente os protegiam no calor da batalha, levando-os para um lugar seguro e longe do perigo.
As forças de Menelau navegaram para Troia, montaram acampamento e sitiaram a cidade. Mas troia tinha grandes muralhas fortificadas, e os troianos defenderam bravamente a cidade ao longo de dez anos de cerco. Durante esse tempo, por não conseguir fazer muito contra Troia, o rei Menelau ordenou que as cidades vizinhas fossem saqueadas e vários de seus habitantes foram feitos prisioneiros. Entre os cativos estava Briseida, que foi doada ao herói grego Aquiles como prêmio.
Exército troiano
Príamo, rei de Troia, liderou as forças que defendiam a cidade, com a ajuda de vários aliados, incluindo os halizones, cários, kikones, lícios, kaukones, mísios, paionianos, pelasgos, frígios e trácios. Os troianos também contavam com a ajuda de seus heróis semideuses, incluindo Heitor (filho de Príamo), Sarpedon, Enéias, Glaucus, Phorkys e Rhesos. E tiveram a assistência dos deuses: Ares; Leto; Apolo e Afrodite.
Batalhas importantes
Como já mencionado antes, a Guerra de Troia foi basicamente um longo cerco à cidade, que conseguiu resistir aos invasores, graças a suas magníficas fortificações. Na mitologia grega, essas muralhas foram erguidas pelos deuses Apolo e Poseidon por ordem de Zeus. As batalhas ocorriam também fora da cidade, travadas por homens que lutavam, às vezes com carros, mas principalmente a pé, usando lanças e espadas. Ao longo dos dez anos, a guerra foi travada nas planícies de Troia, mas as batalhas decisivas parecem ter ocorrido no último ano do cerco.
Páris x Menelau
Quando as forças gregas, lideradas pelo rei espartano Menelau e o exército de Páris avançaram um contra o outro no campo de batalha, Páris provocou o mais raivoso da coalizão grega, o rei Menelau. Quando o rei espartano foi ao seu encontro, Páris buscou refúgio entre os troianos, sendo repreendido por seu irmão Heitor. Então Páris propõe um combate contra Menelau no qual Helena seria o prêmio. Após os dois concordarem com a disputa, tiraram à sorte para saber quem proferiria o primeiro golpe com a lança. O vencedor do sorteio foi Páris, que arremessou sua lança primeiro, mas foi um ataque inofensivo, parado pelo escudo de Menelau. Em seguida, foi a vez do rei espartano arremessar sua arma, e o fez com tremenda força que atravessou o escudo e a armadura de Páris, quase levando-o à morte. O combate não parou e Menelau golpeou com sua espada o capacete do príncipe troiano, e quando este estava prestes a sucumbir, Vênus o livrou dos golpes, transportando-o para o seu leito nupcial. Em seguida, Agamenon reclama para seu irmão o prêmio da vitória.
Heitor x Ajax
Inspirado pelas duas divindades, Apolo e Minerva, Heitor desafia Menelau para um combate, mas Agamenon intervê e assumi o lugar de seu irmão. No entanto, nove guerreiros se apresentam para lutar com o troiano. Entre eles, Ajax, filho de Telamon é o escolhido. A começa e os dois combatentes arremessam suas lanças, mas sem efeito para ambos. Em seguida, Heitor lança uma grande pedra em seu oponente, mas Ajax se defende com seu escudo, revidando com uma pedra ainda maior, quebrando o escudo de Heitor. Nesse momento, eles desembainham suas espadas e iniciam um combate corpo a corpo, mas logo são interrompidos por seus companheiros que pedem uma pausa, pois a noite se aproximava. Naquele tempo, havia o respeito ao código de honra e os dois guerreiros se cumprimentaram cordialmente e trocaram presentes – Heitor presenteou o grego com uma espada com cabo de prata, e Ajax retribuiu o presente com uma magnífica faixa roxa. Com o fim do combate, Nestor propôs suspender a guerra para que ambos os lados pudessem enterrar seus mortos. Mas Antenor sugeriu que Helena fosse devolvida para pôr um fim no conflito. Ele foi repreendido por Páris, que contestou veemente a ideia.
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A fúria de Aquiles e o ataque aos navios gregos
A Ilíada de Homero conta que, no décimo ano da Guerra de Troia, o rei Agamenon, comandante das forças gregas, toma Briseida para si, deixando Aquiles furioso, que se retira da batalha com suas tropas. Tétis, então, pede a Zeus que favoreça os troianos por um tempo, como um modo de vingança contra Agamenon, por ele desonrar seu filho Aquiles. Graças à intervenção de Zeus, os troianos ganharam terreno e conseguiram montar acampamento na planície, próximo dos navios gregos.
Após um intenso dia de luta, os gregos Diomedes e Ulisses saem em uma expedição noturna, invadem o território troiano e roubam os cavalos de Reso. Mesmo com essa breve façanha, Agamenon e os gregos são obrigados a recuar.
Liderados por Heitor, os troianos deflagaram um ataque às muralhas do acampamento grego, rompendo parte da fortificação e destruindo os protões, possibilitando a entrada do exército troiano. No entanto, Zeus – que auxiliava os troianos – se distraiu com os encantos da deusa Hera. Aproveitando a distração, o deus Poseidon ajudou os gregos que se reagruparam e obrigaram os troianos a recuar. Quando Zeus percebeu a distração, ameaçou com violência os deuses se eles voltassem a interferir na batalha, mas eles não lhe deram ouvidos. Então a maré da batalha muda novamente, com Poseidon recuando e Apolo ajudando Heitor a destruir as defesas gregas. O inspirado príncipe troiano, em seu melhor momento, conduziu os troianos até as embarcações gregas. Nesse momento, o sábio Nestor sugere que Pátroclo vista a armadura de Aquiles – seu estimado amigo – e se passe pelo herói grego, assumindo a liderança do exército na batalha caso Aquiles não retornasse.
Com a recusa de Aquiles, seu amigo Pátroclo vestiu a armadura do herói e tentou expulsar os troianos. No início, o plano parecia estar funcionando, mas o exército troiano tinha o apoio de Apolo e se recuperava no campo de batalha. Pátroclo foi despido da armadura por Apolo e morto por Heitor.
A nova armadura de Aquiles
Após a morte de Pátroclo, uma feroz batalha por seu corpo é iniciada e Heitor veste a armadura deste. Os gregos retornaram ao acampamento com o corpo de Pátroclo, informando Aquiles da morte de seu estimado amigo. Tomado pela raiva e sentimento de vingança contra Heitor, Aquiles deixa de lado sua desavença com Agamenon. Aquiles ganha uma nova armadura feita por Hefesto – o mestre artesão do Olimpo –, inclusive seu célebre escudo.
Heitor x Aquiles
Ao lado de Agamenon, Aquiles revelou seu desejo de vingar a morte de seu amigo Pátroclo urgentemente. Vestindo sua nova armadura trazida por sua mão, Aquiles retorna ao campo de batalha com o desejo de matar Heitor, e novamente os gregos saem vitoriosos. Heitor estava sozinho do lado de fora dos muros da cidade de Troia quando avistou Aquiles. O príncipe troiano foi aconselhado pelo deus Apolo a fugir e buscar um lugar seguro, mas foi perseguido por Aquiles ao redor das muralhas até ser capturado e morto.
Tradicionalmente, o corpo de Heitor foi reivindicado pela família para que tivesse um funeral adequado. Mas o vingativo Aquiles, contrariando os costumes das guerras antigas, não permitiu que o corpo de Heitor fosse levado pelos troianos. Em vez disso, Aquiles o despiu de sua armadura e arrastou seu corpo com uma carruagem – por várias vezes – enquanto a família de Heitor assistia aterrorizada das muralhas de Troia. Em seguida, ele arrastou o corpo para o acampamento grego. O corpo de Heitor foi arrastado repetidas vezes nos dias seguintes. Isto foi considerado um ato extremamente desonroso.
O combate de Heitor e Aquiles, e Aquiles arrastando o corpo de Heitor ao redor das muralhas de Tróia. Gravura de Giulio Bonasone. (Domínio Público)
O sofrimento da família foi relativamente minimizado graças aos deuses gregos que tiveram pena de Heitor e sua família, preservando o corpo do príncipe de danos.
Hermes, o deus mensageiro, ajudou o pai de Heitor – o rei troiano, Príamo – a entrar secretamente no acampamento grego na tentativa de recuperar o corpo de seu filho. Príamo se encontrou com Aquiles e implorou pelo resgate do corpo de Heitor. Aquiles, com o seu desejo de vingança mais ameno, concordou em liberar o corpo do príncipe troiano para que seu pai pudesse enterrá-lo adequadamente. Esse encontro comovente restaura a humanidade ao herói e um senso de ordem ao mundo.
É nesse ponto que a Ilíada termina, mas a guerra ainda guardava algumas surpresas.
O mito da Guerra de Troia traz outros episódios emocionantes, incluindo a luta de Aquiles contra Páris, a morte do rei Memnon e da amazona Pentesileia.
Morte de Aquiles
Troia ainda resistia e mais aliados vinham ao seu auxílio. Embora os gregos tenham conquistado vitórias importantes contra as Amazonas (guerreiras lideradas pela rainha Pentesileia) e os etíopes sob o comando do rei Memnon, Aquiles sabia que estava fadado a morrer jovem, pois sua mãe havia previsto que ele teria uma vida curta se permanecesse lutando em Troia – e foi o que aconteceu. O herói grego foi morto por Páris, o príncipe que raptou a rainha Helena de Esparta, dando início à guerra. Há outras versões para a morte de Aquiles, uma delas é de que sua mãe tentou torná-lo invulnerável fisicamente quando ele ainda era um bebê, mergulhando-o nas águas do rio Estige. Mas ela o segurou por um calcanhar, que se tornou o ponto franco (o famoso calcanhar de Aquiles), onde Páris o atingiu com uma flecha, derrubando o famoso guerreiro.
Tétis mergulhando o bebê Aquiles no rio Estige, de Peter Paul Rubens (c. 1625 ; Museu Boijmans Van Beuningen, Rotterdam). Wikipedia. (Domínio Público)
Após a morte de Aquiles, os guerreiros Ajax e Ulisses lutaram pela armadura do herói grego. A história conta que Ajax acabou enlouquecendo após perder o prêmio. Certa vez, ele matou um rebanho de ovelhas pensando ser gregos. Confuso, Ajax caiu sobre sua espada, levando-o a uma morte sem sentido.
Páris foi morto por Filoketes que usou o arco de Hércules para vingar a morte de seu amigo Aquiles. Disfarçado, Odisseu conseguiu entrar na cidade e roubar a estátua sagrada de Palladion de Atena.
O Cavalo de Troia
A Guerra de Troia tem seu ato decisivo com a ideia do cavalo de madeira, idealizada pelo rei de Ítaca, Odisseu – famoso por sua astúcia. Ele teve a ideia de colocar um grupo de guerreiros gregos nas muralhas da cidade de Troia, usando um enorme cavalo de madeira – o famoso Cavalo de Troia. Por ordem de Odisseu, os gregos construíram um grande cavalo em frente aos portões de Troia, como um presente para os troianos. Enquanto isso, os gregos navegaram para longe, deixando o misterioso presente, mas Sinon ficou para trás, com a missão de contar a história do porquê dos gregos terem deixado o presente, e assim garantir que os troianos levassem o cavalo para dentro das muralhas da cidade. Após ouvir atentamente os argumentos do grego Sinon, os troianos deslocaram o grande cavalo de madeira para dentro da cidade. Enquanto os troianos celebravam a vitória, os guerreiros gregos, escondidos no cavalo, saíram e abriram os portões de Troia para as tropas gregas entrarem – os navios haviam retornado secretamente.
Cavalo de madeira usado no filme Troia, e doado a cidade de Canakkale, Turquia. Imagem de Seckin, no Pexels.
A queda de Troia
Durante a invasão grega, a cidade de Troia foi saqueada e a população massacrada ou escravizada. As tropas gregas assassinaram homens e meninos, incluindo o rei Príamo e o filho pequeno de Heitor, Astíanax, e as mulheres e meninas foram levadas como prisioneiras. Finalmente, a cidade de Troia caiu, mas esse não foi o fim para os troianos – Enéias, filho do primo de Príamo, escapou da cidade com seu pai, seu filho pequeno e um grupo de troianos refugiados. Essa história é contada na Eneida de Virgílio.
Enéias e sua família fugindo de Tróia. Gravura de Agostino Carracci, 1595. The Metropolitan Musuem of Art. (Domínio Público)
Retornando para casa
O saque à cidade de Troia não agradou aos deuses devido à devastação da cidade e de seu povo, incluindo o ato de estupro de Cassandra. Eles puniram os gregos com fortes tempestades que destruíram seus navios e aqueles que conseguiram deixar Troia foram obrigados a suportar uma prolongada e difícil viagem de volta para casa. Uma das dessas jornadas complicadas foi a de Odisseu, conforme conta a Odisseia de Homero. O herói grego rei foi atormentado pelo deus grego dos mares, Poseidon, e obrigado a navegar para os confins do Mar Mediterrâneo. Odisseu enfrentou tempestades; naufrágios; vários seres estranhos, como as Sereias, com seu canto hipnotizante e o Ciclope de um olho; e pessoas más. Ele navegou por dez longos anos e, quando retornou ao seu lar, encontrou uma disputa de pretendentes pela mão de sua esposa, que acreditava que seu marido havia morrido na viagem. Esse é mais um desafio para o herói grego superar, que ele conclui com êxito, matando os pretendentes e retornando para os braços de sua amada esposa Penélope.
Com o fim da jornada de Odisseu, os eventos da Guerra de Troia chegam ao fim. Independentemente de quem tenha saído vitorioso – gregos ou troianos – os heróis da história cativaram o público desde a antiguidade até hoje.
Troia e a arqueologia
Ao longo do tempo, pesquisadores debatem sobre a real existência da cidade mítica de Troia. Um sítio arqueológico descoberto na Anatólia revelou os vestígios de uma cidade que prosperou ao longo de milhares de anos. A maioria dos arqueólogos acredita que as escavações revelaram a cidade da Ilíada de Homero.
Ruínas do Sítio Arqueológico de Troia. Imagem Seckin, no Pexels.
Troia VI (c. 1750 – 1300 a.C.) é uma forte candidata para a provável cidade da Guerra de Troia de Homero. As muralhas das fortificações com diversas torres. A cidade baixa cobre cerca de 270.000 m² protegidos por uma vala circunvizinha, sugerindo uma grande cidade como a lendária Troia.
Os estudos arqueológicos descobriram que Troia VI foi parcialmente destruída, mas a causa não é conhecida, além de algumas evidências de fogo. Foram encontrados no local vários objetos, incluindo pontas de lanças e de flechas de bronze, e algumas dessas pontas estavam encravadas nas paredes da fortificação, sugerindo algum tipo de batalha. A datação dos itens e da destruição do local correlacionam com as datas da Guerra de Troia de Heródoto. Ao longo dos séculos, provavelmente ocorreram diversos conflitos entre as civilizações micênica e hitita, tendo como principal motivo a expansão territorial e o controle do comércio. Entretanto, os pesquisadores acham improvável que tais conflitos tenham sido da escala da guerra de Homero, mas eles podem ter sido a origem do conto épico da Guerra de Troia.
Bibliografia
Cartwright, Mark. "Trojan War." World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 22 março de 2018. Acesso 31 de julho 2023
DONNELLAN, Victoria. The myth of the Trojan War. The British Museum.18 de julho de 2019. Disponível em: https://www.britishmuseum.org/blog/myth-trojan-war. Acesso em: 28 agosto de 2024.