Possível cemitério de escravos do século XVIII é localizado em Salvador
- 19 de mai.
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Vista interna da parte frontal do Conjunto da Pupileira (Fonte: IPAC 1983)
Pesquisa da Universidade Federal da Bahia (UFBA) localizou possível cemitério de escravos do século XVIII no estacionamento da Pupileira, da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, em Nazaré. Segundo a UFBA, as escavações para comprovar a descoberta iniciaram na última quarta-feira (14) – data que marca a maior insurreição de escravos da história do Brasil (Revolta dos Malês) ocorrida na Bahia.
Segundo a UFBA, “o local seria o primeiro cemitério público de Salvador e que teria funcionado por cerca de 150 anos”. No local estariam enterrados escravos, rebeldes e descendentes.
De acordo com a arquiteta e urbanista Silvana Oliveiri (responsável pela descoberta), os corpos dos líderes de insurreições, como Búzios e Malês, entre outros, teriam sido enterrados no local.
Para a pesquisa, Silvana Oliveiri reuniu plantas e mapa de Salvador do século XVIII, além de consultar referências bibliográficas de historiadores como Consuelo Pondé de Sena (1981), Braz do Amaral (1917) e Antônio Joaquim Damázio (1862).
A UFBA informou em publicação que os estudos arqueológicos, visando confirmar a descoberta, ocorrerão de 13 a 22 de maio.
O cemitério do século XVIII pode se estabelecer como um dos maiores acervos de restos humanos de escravos negros das Américas, podendo chegar a mais de 100 mil pessoas sepultadas. Segundo relatos da época, os enterros eram, geralmente, em valas comuns e superficiais, sem cerimônias religiosas.
As escavações arqueológicas serão coordenadas pela arqueóloga e antropóloga Jeanne Dias.
Fonte: UFBA
