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25 de abril de 1974: ‘Revolução dos Cravos’ em Portugal

Atualizado: 12 de fev.

Hoje na História


25 de abril de 1974: ‘Revolução dos Cravos’ em Portugal - História em Destaque

Festejos em Lisboa no dia 25 de abril de 1974, fotografias de Miranda Castela, Arquivo Histórico Parlamentar.


25 de abril de 1974


A chamada “Revolução dos Cravos” ocorreu em 25 de abril de 1974, em Portugal, e deu início a democracia do país. O golpe foi organizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) e pôs fim ao regime autoritário do Estado Novo. Isso abril caminho para solucionar o problema da guerra colonial e para o desenvolvimento de Portugal. Era o momento em que os portugueses saiam de uma ditadura que durou 48 anos, sob o comando da Antônio de Oliveira Salazar. Apoiados pela população, os militares desencadearam o golpe, onde multidões lotavam as praças, vaiavam o pequeno destacamento militar do governo, e ofereciam todo o apoio e alimentos aos insurgentes, festejando a esperança de liberdade, empunhando cravos.



Uma das imagens mais icônicas da manifestação que ficou conhecida como a “Revolução dos Cravos”, retrata uma criança colocando uma rosa no cano de um fuzil.

Passados 49 anos, o tema é colocado às novas gerações para uma melhor compreensão dos acontecimentos da época e suas justificativas. A importância histórica dessa data refere-se não só a Portugal, como a Europa e o restante do mundo.


Borges Coelho, historiador e professor da Universidade de Lisboa, assinala como consequência imediata do 25 de abril uma “explosão popular que reivindica transformações sociais tais como a reforma agrária, que começava enfim a avançar no país”.


A “Revolução dos Cravos” tem uma importância histórica não só por derrubar uma ditadura fascista e instaurar um regime democrático em Portugal, mas tem como mérito finalizar um período de cinco séculos no país, com o fim da política colonial.



“O ciclo que se inicia em 1415, com a conquista de Ceuta pelo Infante Dom Henriques, termina com a independência das colônias africanas e asiáticas portuguesas, o que se dá somente após o 25 de abril”, diz Coelho.


Os historiadores destacam também a conquista da liberdade política, a liberdade de expressão e de impressa, como consequências da revolução. A queda do regime se deu por diversos fatores, entre eles as críticas da ONU para que o país se descolonizasse, seguindo o exemplo da Inglaterra, Holanda e França. Mas a responsável direta foi a guerra colonial, apontada por muitos. “Quase quarenta porcento do orçamento do Estado Português era gasto na guerra e mais de oito mil portugueses já haviam morrido nela”, diz Coelho.


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Portugal sofreu dezesseis golpes entre os anos de 1910 e 1926. Durante esse período o país teve sua crise financeira agravada, alcançando, em 1920, uma dívida externa de 53,5% do orçamento do estado, sofrendo uma fuga de capital e um grande aumento da inflação.


As primeiras medidas importantes no processo foram tomadas pela Junta de Salvação Nacional ao destituir o Presidente da República Américo Tomás e o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, assim como, a dissolução da Assembleia Nacional.



O confronto entre a maioria de direita e a esquerda ocorrido em 28 de setembro de 1974, com o apoio da Comissão Coordenadora do MFA, resulta na destituição do Gen. Spínola da Presidência da República e no reforço do poder político da esquerda e dos militares, evidenciado no fracassado golpe de 11 de março de 1975.


O pós-revolução foi marcado por grande tensão e instabilidade política que fica evidente na constituição de seis governos provisórios entre maio de 1974 e julho de 1976.


Criados após o golpe de 25 de abril, a Junta da Salvação Nacional e o Conselho de Estado foram substituídos pelo Conselho da Revolução, que imediatamente dá início a uma política de nacionalização em vários setores econômicos.



Entre os anos de 1974 e 1975, antigas colônias portuguesas tiveram sua independência reconhecidas, incluindo Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Guiné-Bissau.

Após inúmeras prorrogações, foi finalmente firmado o Pacto MFA/Partidos, no qual os partidos políticos assumem o compromisso de respeitar constitucionalmente o poder do MFA na condução da política em Portugal. Esse acordo tornou viável a realização das eleições para a Assembleia Constituinte em 25 de abril de 1975.


O resultado colocou o Partido Socialista (PS) como grande vitorioso com a eleição de 116 Deputados, seguido do Partido Popular Democrático (PPD) com 81 Deputados. Os demais partidos somaram 53 Deputados.


Em 25 de abril de 1976, foram realizadas as primeiras eleições para a Assembleia da República, com o Partido Socialista (PS) obtendo maioria dos votos e 107 Deputados.



Fonte(s): Assembleia da República portuguesa e Centro de Documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra

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