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3 naufrágios que marcaram a história

Atualizado: 3 de abr. de 2023

Artigo


1. Naufrágio do RMS Titanic - 1912


O Titanic no porto de Southampton, 10 de abril de 1912

O Titanic no porto de Southampton. (Domínio Público)


O Titanic foi lançando no dia 31 de maio de 1911, as margens do rio Lagan, na Suécia. No alto do Titanic, uma megaestrutura recém-pintada de branco, o casco do navio era preto e vermelho-escuro na parte submersa. As 12h14, um sinalizador foi disparado, como sinal de lançamento. Na Harland and Wolff não havia o batismo com uma garrafa de champanhe sendo quebrada no casco, os navios eram simplesmente “soltos”. Após a abertura das válvulas dos gatilhos hidráulicos, o Titanic começou a deslizar sobre as mais de 20 toneladas de sabão e sebo que foram espalhadas para facilitar o seu deslocamento até à água. O percurso teve uma duração de 62 segundos, mas nesse momento de chegada à água, o Titanic era apenas um casco vazio e partiu para a doca de acabamento.


No dia 2 de abril de 1912, concluiu-se com sucesso os testes marítimos em Belfast Lough. Uma linha de ouro foi adicionada à parte superior do casco, complementando as cores da White Star Line. Após receber o certificado assinado e datado, atestando que o navio estava “em boas condições, válidas por um ano a contar da data de hoje, 2/04/1912”. O Titanic zarpou no mesmo dia para Southampton, local de início da sua viagem inaugural.



Na montagem do casco foram usados mais de três milhões de rebites. O navio tinha 269 metros de comprimento e 28 de largura. Do mesmo tamanho do Olympic, o Titanic se tornou o maior navio do mundo devido há algumas modificações realizadas no casco. Sua arqueação bruta era de 46.328 toneladas.


Construção do Titanic - 1911 - História em Destaque

Constução do Titanic, 31 de maio de 1911. (Domínio Público).


Abordo do navio haviam passageiros de primeira classe acostumados a viajar em transatlânticos; também havia os imigrantes deixando o velho mundo com bilhete só de ida rumo ao novo mundo. As cabines de terceira classe foram ocupadas por ferreiros, comerciantes, padeiros, carpinteiros e costureiras. Nas cabines de segunda classe estavam os professores, clérigos, engenheiros, missionários e lojistas.


As 23:39h, o vigia Frederic Fleet ao ver o iceberg bem à frente, avisa a ponte de comando do Titanic. O sinal de “Pare” é enviado para a sala de máquinas e as caldeiras são fechadas.


As 23:40h, horário local na ponte de comando do Titanic, mais de 46 mil toneladas de metal e madeira se chocam com 500 mil toneladas de gelo. Uma parte do iceberg amassa e perfura o casco do navio, deixando uma série de arranhões de um pouco mais de uma polegada de altura ao longo de 75 metros do lado boreste do casco.



O Titanic demorou quase 50 minutos para pedir socorro após colisão fatal, e demorou duas horas e quarenta minutos para afundar completamente. Muitos dos botes salva-vidas não estavam com sua capacidade máxima de pessoas a bordo. Apenas 31% dos passageiros foram salvos.


Os destroços do Titanic foram encontrados em 1985, a cerca de 600km da costa de Newfoundland e a 4km abaixo do nível do mar.


2. Naufrágio do RMS Lusitania - 1915


Imagem do Lusitania, entre 1907 - 1915. - História em Destaque

Imagem do Lusitania, entre 1907 - 1915. (Domínio Público).


Navio similar ao Titanic, embora não tão famoso quanto, o Lusitania em termos de importância histórica foi ainda mais importante do que o Titanic. Um gigante de 240 metros de comprimento e pesando aproximadamente 44 mil toneladas, construído para competir no altamente lucrativo comércio transatlântico de passageiros, mas poderia ser usado pela Inglaterra na guerra.


Sua construção teve início em 1904, pelo Almirantado britânico em parceria com a Cunard Line e, após a superestrutura do casco ser concluída, o navio foi lançando em 7 de junho de 1906. O transatlântico ficou pronto no ano seguinte, se tornando o maior navio do mundo, até ser superado por seu navio irmão, o Mauritânia.



O luxuoso navio se destacou por sua velocidade, atingindo uma média de 24 nós (44,4 km/h), o que parecia impossível para uma embarcação da época, conquistando o Blue Riband (uma classificação simbólica) no mês seguinte a sua inauguração. A sua viagem inaugural foi em 7 de setembro de 1907, partindo de Liverpool, na Inglaterra, para Nova York, nos EUA. Para manter esse gigante funcionando eram necessários 300 homens, divididos em três turnos, jogando mil toneladas de carvão por dia em 192 fornalhas, as quais aqueciam 25 caldeiras que geravam vapor, fazendo girar as imensas turbinas.


Pouco tempo depois, o Mauritânia reivindicaria o Blue Riband, e os dois passariam a disputar regularmente a honra.


Durante a Primeira Guerra Mundial, naufrágios e relatos de atividades submarinas na costa sul da Irlanda vinham se tornando constantes. Isso fez com que o Almirantado britânico alertasse o Lusitania para evitar a área e adotar a tática evasiva de ziguezaguear, mudando o curso em intervalos regulares de poucos minutos para confundir qualquer tentativa de U-boats traçar seu curso para torpedo.



Em maio de 1915, o Lusitania retornando da cidade de Nova York para Liverpool com 1959 passageiros e tripulantes a bordo, mesmo com o alerta do Almirantado, o capitão do navio, William Thomas Turner, preferiu ignorar as recomendações, e na tarde de 7 de maio a embarcação foi atacada na costa da Irlanda. O Lusitania foi atingido por um torpedo e explodiu a meia nau a estibordo, e em seguida ocorreu uma explosão mais forte, provavelmente causada por danos aos motores a vapor e a tubulação. A embarcação levou apenas 20 minutos para afundar, causando a morte de 1.198 pessoas, entre elas, homens, mulheres e crianças. O ataque ao transatlântico e as vidas perdidas, incluindo 128 cidadãos norte-americanos, gerou uma onda de indignação nos Estados Unidos, mas o governo americano manteve sua política de neutralidade.


Os alemães chamaram a atenção para os avisos de que o navio seria afundado, afirmando que eles haviam sido divulgados, justificando o ataque ao Lusitania que promovia os objetivos de guerra de seu inimigo. O naufrágio levantou várias especulações, especialmente com relação à descida rápida do navio ao fundo do mar, considerando que foi atingido por um único torpedo. Uma das hipóteses é de que o navio transportava ilegalmente munições a bordo. Essa suspeita, embora na época negada por autoridades britânicas, anos mais tarde, ficou claro que os britânicos usavam navios civis para transportar munições e outros equipamentos de guerra, uma clara violação dos tratados internacionais. Abordo do Lusitania estava uma carga de munição de fuzil e outros cartuchos, que juntos somavam cerca de 170 toneladas. Eles consideraram também o anúncio do governo britânico sobre intensões de armar navios mercantes, tornando o aviso prévio impraticável.



O governo dos EUA enviou uma nota a Berlim em 13 de maio de 1915, demonstrando preocupação com os princípios pelos quais a guerra submarina estava sendo travada. Logo depois, em 1917, os Estados Unidos da América mencionaram a guerra submarina alemã como justificativa para a entrada americana na Primeira Guerra Mundial, que garantiria a vitória dos aliados.


3. Naufrágio do Couraçado Bismarck - 1941


Couraçado Bismarck - História em Destaque

Construído em julho de 1936 pela Kriegsmarine nos estaleiros de Blohm & Voss, o Couraçado Bismark foi considerado uma magnífica máquina de guerra armado com 8 canhões SK 380 mm posicionados em quatro torres: duas dianteiras e duas traseiras. Possuía uma bateria secundária com 12 canhões de SK 150 mm, 16 metralhadoras Flak 105 mm, 16 SK 37 mm e 12 Flak 20 mm. Com o comprimento de 251 metros e sua velocidade chegava a 30,01 nós (equivalente a 55,58 km), com uma tripulação de 2200 homens. Ele foi batizado no dia 14 de fevereiro de 1939.


Em maio de 1941 o navio Bismarck e o cruzador Prinz Eugen saíram da Polônia e deveriam seguir para o Atlântico Norte e atacar os navios mercantes aliados, mas os dois foram descobertos por um caça britânico Spitfire e logo unidades partiram para interceptá-los. Na famosa Batalha do Estreito da Dinamarca, o Bismarck entrou em confronto contra dois navios britânicos (HMS Hood e o HMS Price of Wale). Em poucos minutos os navios alemães destruíram o HMS Hood que afundou com 1418 homens onde apenas 3 sobreviveram. Em seguida o Bismarck e o Eugen disparam seus canhões contra o HMS Price of Wale que sofreu 7 ataques violentos com 14 baixas, tendo seus canhões inutilizados. Sem ter muito o que fazer contra os dois navios alemães, o navio britânico fogiu na direção sudeste. Não ficou muito claro porque os navios alemães decidem não seguir o HMS Price of Wale, deixando-o escapar do mesmo fim do navio HMS Wood. O Bismarck também saiu danificado desta batalha sendo atingido 3 vezes com avarias na proa, principalmente em um dos tanques de combustível.



Após perder seu navio HMS Wood e alguns de seus melhores marinheiros, a Grã-Bretanha começou uma caçada ao Bismarck. Essa caçada contou com vários navios e aviões torpedeiros Fairey Swordfish que decolaram dos porta-aviões HMS Ark Royal. O navio alemão Bismarck foi localizado dois dias depois no porto de Saint-Nazaire, na França ocupada. Os bombardeiros Fairey Swordfish atacaram o Bismarck, atingindo a popa e destruindo um dos lemes, dificultando a sua navegação. Após o dano causado ao leme, o navio alemão passou a navegar em um grande círculo, tornando-se incapaz de fugir dos navios britânicos. Na manhã do dia 27 de maio, após o cerco dos ingleses, o Bismarck foi destruído, vitimando cerca de 2000 homens.


O seu naufrágio até hoje é um mistério com histórias controversas. Algumas pessoas afirmam que a causa do naufrágio foram os torpedos disparados pelo HMS Dorsetshire, enquanto que alguns sobreviventes afirmam ter recebido ordens para afundar o navio. Seus destroços foram encontrados em 8 junho de 1989, há 4791 metros de profundidade, 650 km a oeste de Bres. O responsável pela descoberta dos destroços foi o Dr. Robert Ballard, responsável por encontrar o RMS Titanic.



Bibliografia

BEVERRIDGE, Bruce; ANDREWS, Scott; HALL, MR Steve; KLISTORNER, Daniel; BRAUNSCHWEIGER , Art. Titanic: The Ship Magnificent . History Press, 2016. v. 1 e 2.

MAYO, Jonathan; XAVIER , Nilce. Titanic: Minuto a minuto . 1ª. ed. [S. l.]: Vestígio, 2017.

LARSON, Erik. A última viagem do Lusitania . 1ª. ed. Intrínseca, 2015.

TAMELANDER, Michael; ZETTERLING, Niklas. Bismarck : The Final Days of Germany‘s Greatest Battleship. [S. l.]: Casemate, 2012.

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