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As verdadeiras dunas que inspiraram o filme Duna

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As verdadeiras dunas que inspiraram o filme Duna - História em Destaque

Há muito, as paisagens de Wadi Rum, na Jordânia, e do deserto da Namíbia, no sul da África, são notabilizadas como a inspiração visual para o mundo fictício de Arrakis no épico Duna (1965), de Frank Herbert. No entanto, a verdadeira origem da imaginação de Herbert está ao longo das costas do Oregon.



O local possui penínsulas rochosas, florestas enevoadas e chuvas prolongadas – grande parte do estado se assemelha ao mundo de Caladan, em vez das paisagens arenosas de Arrakis. No entanto, existe um mundo diferente ao longo da costa central.


O local apresenta uma área de dunas de cerca de 28 km² ao longo da costa do Pacífico, e estende-se por cerca de 64 km entre as cidades de Florença e North Bend. As dunas fazem parte do projeto de proteção Área de Recreação Nacional das Dunas do Oregon, com 31.500 acres. Estas montanhas de areia chegam a 150 metros de altura e foram moldadas ao longo dos séculos pela água e ventos de até 160 km/h, resultando na maior extensão de dunas costeiras temperadas da América do Norte.


Entre os anos de 1700 e 1800, os europeus foram se estabelecendo ao longo da costa central do Oregon e enfrentaram o desafio do movimento natural das dunas que engoliu estradas, rodovias e casas.


Dunas em torno de Florença. Fotografia de Phil Schermeister.


A autora de Secrets of the Oregon Dunes, Dina Pavlis, explica que “[Os colonos] não consideravam as dunas valiosas”. “Elas eram consideradas um terreno baldio e um problema.”


O Serviço Florestal dos EUA começou a atuar no início da década de 1900, plantando espécies invasoras, como a grama europeia e salgueiros, ao redor das dunas, para evitar o seu deslocamento. A relva plantada na praia foi um sucesso, estabilizando e ancorando as dunas. Em seguida, veio a grande catástrofe natural – o Dust Bowl – na década de 1930, e o Serviço de Conservação do Solo dos EUA interveio para continuar com o plano de estabilização das dunas.



Em 1953, o jornalista Frank Herbert tomou conhecimento deste projeto de controle de dunas e decidiu investigar. Ele viajou para a cidade de Florence, Oregon, próximo ao extremo norte das dunas, para escrever um artigo sobre o projeto do USDA. Embora ele nunca tenha publicado o artigo, a experiência impactou Herbert.


Em uma entrevista em 1969, Herbert confessou que ficou “fascinado pelas dunas”. “As dunas são como ondas numa grande massa de água... e as pessoas que as tratam como fluidos aprendem a controlá-las.”



No entanto, pesquisas recentes revelaram que o plano de controlar as dunas do Oregon contém falhas. A região das dunas está perdendo cerca de um metro e meio de areia a cada ano e está sofrendo com espécies invasoras que ameaçam a fauna e a flora nativas.



As tribos confederadas de Coos, Lower Umpqua, índios Siuslaw, em parceria com a Oregon Dunes Restoration Collaborative, estão liderando os esforços para restaurar as dunas. O objetivo é proteger as áreas saudáveis e restaurar os processos naturais em toda a região.


Mesmo com o processo de restauração das dunas, os visitantes podem vislumbrar áreas com dunas naturais, como a circundante a John Dellenback Trail.



Os fãs de Duna não precisarão de uma nave espacial para conhecer o Arrakis original. A área de Recreação Nacional das Dunas do Oregon está aberta para uso diurno e camping, com trilhas para caminhadas, terrenos para quadriciclos, sandboard, observação da vida selvagem e outras atividades ao ar livre. Os turistas poderão observar raras martas costeiras, tarambolas e centenas de outras espécies que vivem nas dunas.


Pavlis diz que a região das dunas não recebe muitos turistas, mas ela tem esperança de que isso mude e que mais pessoas venham caminhar nas areias e conscientizar sobre a situação das dunas.



Fonte: National Geographic

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