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Pesquisadores israelenses se preparam para realizar o primeiro implante de medula espinhal do mundo em humanos

  • 20 de ago.
  • 3 min de leitura

Pesquisadores israelenses se preparam para realizar o primeiro implante de medula espinhal do mundo em humanos - História em Destaque

Ilustração de uma medula espinhal lesionada.



A Universidade de Tel Aviv (TAU), em Israel, publicou em seu site que pesquisadores israelenses conseguiram, ainda em 2022, pela primeira vez, projetar em laboratório uma medula espinhal humana. “Desde então, o progresso tem sido rápido, com testes em animais demonstrando um sucesso sem precedentes”, diz a publicação. “Agora, pela primeira vez, a tecnologia será testada em pacientes humanos”.


Esse avanço traz nova esperança a pessoas paralisadas por lesões ou doenças.


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“A medula espinhal é composta de células nervosas que transmitem sinais elétricos do cérebro para todas as partes do corpo. Quando a medula espinhal é rompida devido a um trauma – um acidente de carro, uma queda ou um ferimento no campo de batalha — essa cadeia se rompe. Pense nisso como um cabo elétrico que foi cortado: se ambas as partes não se tocarem, o sinal elétrico não consegue passar. O cabo não transportará eletricidade e, da mesma forma, a pessoa não consegue transmitir o sinal além do local da lesão”, disse o Prof. Tal Dvir, do Centro Sagol de Biotecnologia Regenerativa da TAU, chefe do Centro de Nanotecnologia e Cientista-Chefe da empresa de biotecnologia Matricelf, a Universidade de Tel Aviv.


O Prof. Dvir também observa que esse tipo de lesão no corpo humano não tem a capacidade natural de regeneração – “neurônios não se dividem e não se renovam”. Essas células se assemelham às células cardíacas: após o dano, o corpo não consegue restaurá-las.


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Projetando um implante personalizado

Para superar esse obstáculo, o processo foi desenvolvido totalmente personalizado. “Células sanguíneas são retiradas do paciente e reprogramadas por meio de engenharia genética para se comportarem como células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo”, diz a publicação da TAU.


Enquanto isso, os pesquisadores usam o tecido adiposo desse mesmo paciente para a extração de substâncias como açúcares e colágeno, que serão usados para produzir um hidrogel que também é personalizado. “Pegamos as células que reprogramamos em células-tronco semelhantes às embrionárias, as colocamos dentro do gel e imitamos o desenvolvimento embrionário da medula espinhal”, diz o Prof. Dvir a TAU.


Vídeo incorporado de Matriself, no Vimeo. A Revista História em Destaque não reivindica os direitos autorias deste vídeo


Os pesquisadores ressaltam que a transformação das células em neurônios motores, por si só, não ajuda na resolução do problema. O resultado é um tecido tridimensional: “redes neuronais da medula espinhal”.

 

No mês passado, os cientistas conseguiram projetar um tecido tridimensional com vários neurônios que transmitiram sinais elétricos. Esses tecidos foram então implantados na área danificada.


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Visualização da próxima etapa da pesquisa - implantes de medula espinhal humana para tratamento de paralisia (Foto: Centro Sagol de Biotecnologia Regenerativa)


De animais a pacientes humanos

O implante foi testado inicialmente em animais de laboratório. Os testes mostraram que, cerca de 80% dos animais com lesões crônicas puderam ser tratados e recuperaram totalmente a capacidade de andar. Segundo o Prof. Dvir, os animais tratados não eram aqueles que haviam se machucado recentemente, “mas aqueles que deixamos passar tempo suficiente – como uma pessoa mais de um ano após uma lesão”.


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A equipe apresentou as conclusões ao Ministério da Saúde de Israel e, há cerca de seis meses, recebeu uma aprovação preliminar para iniciar os testes em humanos. A Universidade de Tel Aviv declarou que o primeiro paciente a ser tratado com o implante seria um israelense. “Isso é, sem dúvida, uma questão de orgulho nacional”.


O futuro

Inicialmente, os pesquisadores se concentrarão em pacientes cuja paralisia seja relativamente recente – cerca de um ano após a lesão. Segundo a TAU, o primeiro paciente humano receberá o implante dentro de cerca de um ano. “Assim que comprovarmos que o tratamento funciona, tudo estará em aberto e poderemos tratar qualquer lesão”, afirma Dvir.


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Por trás de todo esse avanço, estão figuras-chave tanto da área acadêmica quanto industrial. A empresa Matricelf foi fundada em 2019, por Dvir e o Dr. Alon Sinai, com base na tecnologia de engenharia de órgão desenvolvida na TAU. O desenvolvimento científico é liderado pela Dr.ᵃ Tamar Harel-Adar e sua equipe.


“Se bem-sucedida, esta terapia tem o potencial de definir um novo padrão de tratamento em reparo da medula espinhal, abordando um mercado multibilionário sem soluções eficazes atualmente. Este primeiro procedimento é mais do que um avanço científico, é um ponto de inflexão de valor para a Matricelf e um passo em direção à transformação de uma área da medicina há muito considerada intratável”, disse Gil Hakim, CEO da Matricelf.


Fonte: Universidade de Tel Aviv

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