Relevo de águia Tolteca
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Detalhes do objeto
Título: Relevo de águia Tolteca
Data: 900 - 1200 d.C.
Geografia: México, Mesoamérica
Cultura: Tolteca
Dimensões: A. 72,2 x L. 77,5 x P. 6,4 cm, 40,8 kg
Este relevo de pedra, um de um par, retrata uma águia bicando uma representação de um coração humano. Ambos os painéis são praticamente idênticos em tamanho e iconografia e, possivelmente, fizeram parte de uma composição maior em uma fachada de algum templo ou outra construção sagrada.
O painel de pedra da Mesoamérica é altamente sofisticado tanto na composição quanto na técnica. Foram inseridos pergaminhos semelhantes a glifos, círculos perfurados, conchas e um feixe de juncos ou uma espiga de milho nos espaços restantes. Há alguns danos no painel. No canto superior esquerdo está faltando uma grande seção, assim como a maior parte da faixa em relevo que emoldura a imagem.
Vestígios de tinta encontrados no painel revelam que ele foi repintado diversas vezes. A técnica empregada pelo artista é altamente refinada para criar uma composição em múltiplos níveis, maximizando o efeito de luz e sombra. As fileiras de penas, da cauda até o pescoço, são representadas em um nível de relevo ligeiramente maior, e cada pena primária parece se sobrepor, sugerindo uma profundidade maior.
Os painéis de águia tolteca foram encontrados no norte de Veracruz, próximo da cidade de Tampico, por um agricultor quando arava seu campo. Essa região era dominada pelos Heastecas na época da conquista.
Mas, os painéis refletem uma mistura cosmopolita de tradições artísticas vistas em diversas regiões da Mesoamérica, diferentes de qualquer outro exemplo conhecido de escultura em pedra na região dos huastecas.
Estes painéis de águia se assemelham aos painéis que adornam as paredes externas de estruturas sagradas em Tula, no centro do México; Querétaro e Chichén Itzá, na Península de Yucatán. Arqueólogos explicam que essas regiões mantinham contato com Veracruz por meio de rotas comerciais terrestres e marítimas.
Na antiga Mesoamérica, a figura da águia ocupava lugar de destaque nos mitos e imagens. Elas representavam tanto a força terrena quanto o poder espiritual. Na cultura asteca, águias voando no céu simbolizam o Sol cruzando os céus. O próprio Sol precisava de força para sobreviver à perigosa jornada pela escuridão do submundo e, em seguida, nascer e surgir novamente pela manhã, permitindo que a vida na terra continuasse. Essa força era alimentada com sacrifícios humanos. O sacrifício, seja de sangue do governante ou sacerdote, seja de vidas das vítimas, era comum em toda a Mesoamérica e é frequentemente retratado em esculturas, códices e pinturas.
Segundo o cronista espanhol, Frei Bernardino de Sahagún, durante a prática mexica (asteca) de sacrifício, assim que o coração era arrancado do peito da vítima, um sacerdote o colocava em um cuauhxicalli (vaso em forma de águia). Esses vasos variavam em forma, tamanho e material.
Ao colocar o coração sacrificial no cuauhxicalli, alimentaria o Sol, garantindo seu retorno do submundo, simbolizado pela divindade Tlaltecuhtli esculpida no fundo do vaso.







